segunda-feira, 25 de maio de 2009
Drummond: Passagem da Noite
não porque a sombra descesse
(bem me importa a face negra)
mas porque dentro de mim,
no fundo de mim, o grito
se calou, fez-se desânimo.
Sinto que nós somos noite,
que palpitamos no escuro
e em noite nos dissolvemos.
Sinto que é noite no vento,
noite nas águas, na pedra.
E que adianta uma lâmpada?
E que adianta uma voz?
É noite no meu amigo.
É noite no submarino.
É noite na roça grande.
É noite, não é morte, é noite
de sono espesso e sem praia.
Não é dor, nem paz, é noite,
é perfeitamente a noite.
Mas salve, olhar de alegria!
E salve, dia que surge!
Os corpos saltam do sono,
o mundo se recompõe.
Que gozo na bicicleta!
Existir: seja como for.
A fraterna entrega do pão.
Amar: mesmo nas canções.
De novo andar: as distâncias,
as cores, posse das ruas.
Tudo que à noite perdemos
se nos confia outra vez.
Obrigado, coisas fiéis!
Saber que ainda há florestas,
sinos, palavras; que a terra
prossegue seu giro, e o tempo
não murchou; não nos diluímos!
Chupar o gosto do dia!
Clara manhã, obrigado,
o essencial é viver!
DG
quinta-feira, 30 de abril de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
DESERTO
terça-feira, 24 de março de 2009
O Guia revela que a verdade do si não é imutável, e portanto, a sociedade não é imutável.

O guia percorre persistentemente o aprendizado do caminho mundano e, por isso, não se resguarda apenas ao angélico. Com raízes profundas em seus pés, ele se mostra entendedor da perspicácia necessária para sobreviver a travessia do rio, a travessia do grande medo, e assim, confrontar-se com a solidão imensa do deserto, do si. A morte chega com a quebra de crenças que não podem se cristalizar nunca, pois assim imutável, nunca se poderá expressar uma verdade evolutiva e um renascimento para um novo ciclo de descobertas.
Pola Neves
domingo, 22 de março de 2009
Cule
Um personagem que se encanta com coisas simples, seu propósito de vida é poder cuidar e estar junto da sua mulher e filho. Com um pensamento quase que religioso, acredita que o sacrifício o levará a compensação e salvação. Incapaz de fazer o mal conscientemente e muito menos de arquitetar uma vingança, o que torna sua morte de grande importância para exaltar tamanha desumanidade com o próximo. O medo do mutável. Medo que um novo paradigma ameaçe a ordem vigente.
DG
quinta-feira, 12 de março de 2009
domingo, 8 de março de 2009
Cromoterapia
É mais um guia do que uma regra. Penso que vale mais sua intuição e o que essa cor significa pra vc na hora da utilização.
AZUL: Espiritual
O azul está ligado a divindades, em todas as mitologias, assim como na religião mais antiga que se tem notícia: o hinduísmo. Na China, simboliza o Tao, O CAMINHO SAGRADO.
É a cor da verdade, da imortalidade, da fidelidade e da justiça.
O azul ajuda a desenvolver a inteligência, transmite calma, propicia o equilíbrio emocional e é bom para a meditação.
É a cor do infinito.
Não é aconselhável para quem tem pressão baixa.
Azul é a cor da água-marinha, do berilo e da solidalita (pedras).
VERMELHO: Paixão
É a cor do sangue, que criou o mundo e o destruirá. Simboliza a vida, o calor, a divindade e o oculto. Correspônde também ao egoísmo e ao ódio.
Psicologicamente, o vermelho representa o impulso sexual, o desejo amoroso e a paixão.
O vermelho é uma cor que tanto espanta como aproxima; é a cor do perigo.
A cor vermelha é a cor do rubi e da granada (pedras).
Amarelo: Ouro
É a cor das paixões depravadas, da riqueza e da tradição. Psicologicamente, é a cor da intuição simboliza a juventude e a audácia.
Ajuda a comunicação e transmite alegria.
Favorece as práticas espirituais.
Aciona a capacidade mental, aumentando a sua imaginação, atraindo pessoas intelectuais.
Não é indicado para pessoas imaturas e inseguras. A cor amarela é a cor do topázio e do citrino (pedra).
MARROM: Terra
É a cor do barro e da folhagem de outono.
Desenvolve algumas qualidades, como a perseverança.
Cor da materialidade, do amor infernal. O marron transmite insegurança, atrai pensamentos e críticas negativas.
Não é indicado para pessoas tímidas ou emocionalmente dependentes.
VERDE: Saúde, Mata e Natureza
É a cor das águas e da natureza. Simboliza a regeneração espiritual, a esperança e os mistérios da iniciação.
É a cor do conhecimento.
O verde aumenta a auto-confiança e a perseverança.
É a cor da cura.
Deve ser evitado por pessoas que se julguem superiores à outras; também não é indicado nos casos de cólica.
Verde é a cor da esmeralda, agáta, malaquita e aventurina (pedras).
VIOLETA: Devoção e Energia
É a cor da verdade, do amor, da ternura e da doçura. Cor que atrai o sucesso intelectual.
Na China, simboliza a morte.
Violeta é também a cor das viúvas.
Inspira a devoção, ajuda superar as carências afetivas, materialismo excessivo e controla os impulsos autodestrutivos.
Violeta é a cor da ametista (pedra).
ROSA: Amor
Rosa é a cor da sedução, da simpatia e atrai muita felicidade.
Também é a cor da pureza e da fidelidade.
Rosa é a cor do quartzo (pedra).
BRANCO: Pureza, Paz e Virtude
É a mistura de todas as cores. É usada para a limpeza da mente e da aura.
Não aproxima o sucesso, podendo gerar indiferença.
O branco é a cor do quartzo limpo (pedra).
Simbolicamente, o branco é a ligação entre o passado e o futuro, tudo ou nada, é também considerado a cor da carência afetiva.
Ela potencializa as demais cores. Representa a luz divina
ALARANJADO: Alma Humana
Uma cor que anima os atos e atrai muito sucesso.
É a cor da felicidade e de novos empreedimentos.
É bom usá-la quando se está procurando emprego.
Produz uma sensação de leveza e desenibição.
Alaranjado é a cor da cornalina (pedra).
PRETO: Isolamento
É a negação da luz, é a ausência de cor, é o simbolo do erro e do mal.
Significa prudência, sabedoria e tristeza.
Isola a inveja e outras energias.
Cor indicada para pessoas que se sentem deprimidas.
Preto é a cor da ônix, azurita e turmalina (pedras).
DG
sábado, 7 de março de 2009
Um Soriso no Horizonte
Um rosto bonito sorri no horizonte e nos faz sentir bem. Na nossa jornada, que esse sorisso esteja sempre lá para que em nosso eterno caminhar ele alegre cada passagem.
Trabalhemos muito! O suor do nosso cansaço semeará lindas flores.
vamos que vamos galera!!!
Beijos Fran.
Beijos Pola.
Beijos Bel.
Beijos Paulinha.
Seu Amigo DG.
quinta-feira, 5 de março de 2009
O Poema da Violência
O poema da violencia é a metáfora pra se chegar na discussão da maneira como se trata os direitos do cidadão hoje em dia . O poema da violência quer revelar a total incapacidade de se buscar a afetividade nas relações. O poema da violência quer mostrar que estamos cercados de medo por todos os lados. Medo de falar com um desconhecido na rua, medo de dizer o que se pensa, medo de ser. Isto sim pode engendrar violência de uma maneira velada e cruel. Afora as outras atrocidades que lemos nos jornais.O poema da violência nasceu pra tocar o sentimento daqueles que vão a forra que se entregam a vingança de suas fustrações.
Existe poesia na violência?
Não existe a violência nua e crua aliada ou desejo de poder que vem acompanhada da sensualidade e de toda luxuosidade que transforma o mundo num lugar de desigualdade e preconceito. Mais todos já estão saturados de assistir a violência e já se acostumaram com ela nas suas vidas; hoje ela faz até parte da educação das crianças, da relação com os amigos e familiares, muito pouco se investiu no princípio de toda essa violência. Seja na guerra fria ou suja, a violência nasceu com o indivíduo e existe na natureza do homem. Por isso o poema da violência.
Queremos crer que seja possível mostrar um novo olhar sobre a maneira como julgamos e condenamos o próximo e acreditamos que isso pode sim mostrar um novo caminho de entendimento pra todas as classes envolvidas na tarefa de criar uma sociedade justa.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
abandonado o pensamento aristotélico
O casamento perfeito da arte com a inteligência
Se liberar do pensamento épico pra se ter uma idéia segura de onde estamos vivendo.
Conceber um fatto público com vigor de grandes conteúdos!
Rezar o teatro do consciente coletivo divisor dos paradgmas atuais,
focado num simples e claro direito de dizer a verdade pro outro (o de si pra si)
São estes os atores que consegue dizer isto, de si pra si !
Dizer assim com a força de transfigurar um grande mestre como Brecht!
Entende-se asssim nesse teatro que estamos criando junto com Brecht!
Uma exceção e uma regra , ou melhor várias regras e várias excessões, só pra dizdizer o tempo, tempo louco que vivemos, de tentativas contrarias, de amor, de amizades usurpadas; de razões tão inversas como a traumatologia do homem moderno ou seja aquilo que ele sofreu nesta ultima década utilizado sim pela industria da violência que avança com todos e os seus maiores patrocinadores!
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
líber- liberto

sábado, 14 de fevereiro de 2009
cenário
Pode ser nescessário criar um history-board!
Sendo assim deve ter elementos nescessários pra criar um clima de deserto!
Por isso vertiladores gds como também possivelmente gd molduras que recortam a cena de maneira que expectador possa ver um poema , assim com se visse um quadro vivo!
A inspiração transcorre aí nos filmes de Kurossawa como "sonhos" ou seja traduzindo a idéia de painel em papel tal qual é a arte chinesa!
A idéia é criar um efeito: "do dentro "e do "fora do quadro" , para daí expectador poder ver aquilo que esta na criação da mágica da "quarta parede", e aquilo que se vê qdo tiramos rotunda e as pernas do teatro, e vemos os mecanismos técnicos do teatro em ação.
Isto pra traduzir tb o efeito de estranhamento proposto por nosso camarada Brecht!
Contém tb no cenário elementos modernos contracenando com elementos tradicionais!
By director
proposta da trilha
Uma das opções para arquitetar uma trilha sonora é lançar mão de todo fonograma já publicado adequando-os as necessidades da peça por meio de recursos de edição, modificação e recombinação. Esses recursos combinados com criatividade permitem até criar áudios inéditos. Por outro lado, a composição musical nos dá, além de um áudio inédito, uma trilha sonora original.
No meu trabalho com trilha sonora eu considero as possibilidades de criação e as utilizo de forma conceitual, dialogando com o texto, o autor, a proposta do diretor e as necessidades do corpo de trabalho para chegarmos ao máximo de expressão.
Para tanto disponho de meu próprio acervo discográfico, mantenho uma pesquisa permanente a procura de sons e componho com os recursos do mundo virtual.
Como exemplo, envio dois arquivos de áudio mp3 em anexo: (ver no e-mail do Cia)
14 - Branco.mp3
tema.mp3
O primeiro foi utilizado integramente no momento de uma peça em que a personagem contempla apaixonadamente a cor branca numa tela que acende ao alto.
Foi feita com trechos instrumentais da música Moonchild do álbum In The Court Of The Crimson King de 1969 da banda King Crimson.
A segunda é uma proposta para trilha original dessa montagem de A Exceção e a Regra de Bertolt Brecht. Foi toda feita no computador a partir da inspiração que tive pela leitura do texto – sol, deserto oriental, areia, desconfiança, falso discernimento, etc.
Um primeiro momento do trabalho pode ser feito a distância. É o momento onde se reúne, compõe e desenvolve algum material como esse que apresento, mas agora seguindo as indicações da direção. E, posteriormente é necessário um tempo convivência e rabalho junto aos ensaios do espetáculo para finalizar o material que efetivamente será usado e que poderá até se tornar outro produto cultural como, por exemplo, um cd trilha sonora do espetáculo.
By director por DjduK
Figurino do Comerciante
Quer dizer:- Inspirado em Buñuel (cineasta que dirigiu junto c/ Breton o movimento surrealista), Lá no filme O "Discreto Charme da Burguesia" existe um militar muito sui generis , bem humorado mais neurasténico, o qual me inspirou .) Mais aqui na Exceção e a Regra ele tem um quê de farsesco, por isso aparece meio homen-mulher ao mesmo tempo ele veste roupa militar mais inspirado no gay Army , aqui a roupa é apertada no corpo da atriz ela usa saltos vermelhos pra expressar o símbolo de poder, tem mega hair no cabelo se maqueia como uma diva, ou seja tudo pra tirar do lugar comun a imagem do comerciante, e sim lembrar os comerciantes mais antigos que possuiam especiarias atualizando pra todas as tecnologias que hoje um comerciante pode vender : dvd, maquiagem de marca, bebida energética,coke 0 , enfim de Prada e Das Lu falsificado!
Com um toq de comunismo ultrapassado!
figurino do Cule
Ou seja o Cule deve exibir um vestúario simples mais radiante que contorne os traços de seu vigor religioso.Digo isto pq vejo sua vestimenta em pano de saco, trabalhado com o maior requinte de detalhes de maneira a dar este caimento presciso no corpo do ator mesmo sendo feita de material barato.
Possivelmente use uma camiseta com uma estampa moderna mais já muito usada!( deve-se usar o figurino durante os ensaios).\Ao Cule pertence tb adereços como: pulserinhas brilhantes, tornozeleiras coisas que tragam aquele toq carinhoso ou papel! possivelmente usa sandálias (talvez havaiana) possui um celular que exibe músicas populares, enfim ele possui toda sorte de sortilégios na sua indumentária!É a inspiração da peça!
By director
Cartas ao jovem ator
Poema da violência

figurino do Guia
evocando a china, os monges budistas, as castas indianas, a roupa do tuareg,
uma tentativa inspirada nas "Mil e Uma Noites" !
Existe também o apelo da personagem por elementos simbólicos para compor sua figura mítica.
Nestes elementos existe a proposta de brincar com a teatralidade dos objetos buscando o sentido que traz a imagem, quando nos deparamos com o objeto; o que chamo de culto ao objeto buscando uma releitura distanciada do memso!
Tais como : bastão, chapéu de jornal, colares , o cantil, objetos de culto xamãnico, entre outros signos que o Guia pode vir a trazer na descoberta que o ensaio traz para a a pauta de objetos.
Deve se buscar a sensualidade no corte do figurino do guia de maneira que valorize o corpo da atriz e suas particularidades coporais tais como tatuagens marcar de nascência, etc.
Criando assim uma imagética de desconstrução da figura ideal do Guia.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Evangelho Segundo Mateus
vocês ouviram o que foi dito: " olho por olho e dente por dente!" Eu, porém, lhes digo: não se vinguem de quem faz o mal a vocês. Pelo contrário: se alguém lhe dá um tapa na face direita, ofereça também a esquerda! Se alguém faz um processo para lhe roubar a túnica, deixe também o manto! Se alguém o obriga a andar um quilômetro, caminhe dois quilômetros com ele!
5.43,44,46,47,48 amar como o pai ama
vocês ouviram o que foi dito: "ame o seu próximo e odeie o seu inimigo!" Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que preseguem vocês! Pois se vocês amam somente aqueles que os amam, que recompensa vocês terão? E se vocês cumprimentam somente seus irmãos, o que é que vocês fazem de extraordinário? Os pagãos também não fazem a mesma coisa? Portanto sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu.
A Grandeza da não vingança. Amor. Afeto.
Cule:
voz mais atraz, subjugada
corpo + a frente, presença (jesus)
pausa do olhar (atração, encanto)
repiração muscular, algo ferve dentro, energia
magnitude do olhar - olho, corpo vira, atratividade. Imponência do olhar
olhar dos grandes
caminhada significativa, fazer um caminho
posições: sentar, paradas, descanço, lugares, paradas.
Ele é o evangelho, não um seguidor.
DG
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
O Juiz
figurino
A figura do Juiz deve trazer aristocracia e poder.
Por isso me inspiro nas imagens de Rei Davi (aquele da pasagem bíblica da divisão da criança entre a mãe verdadeira e a falsa).
Cabe também Rei Arthur.
No plano feminino temos hoje Rainha Elizabet.
A presidenta da Argentina .
Cleópatra.
Não só deve ser vista como a figura tradicional do Juiz, mais tb como detentora do poder sobre vidas!
A idéia é passar a idéia de que é o capital que determina a condenação!
Na pesquisa do figurino do Juiz me deparei com o Rock e sempre ouço Stones, talvez isso ajude no figurino.
Pensei até neste Juiz ser alpinista!
Têm tb o Grande inperador Inca Atahualpa antigo dono da América do Sul!
E tb têm o maior héroi militar francês, Napoleão!
Sempre percorrendo esta idéia de que é o poder financeiro o verdadeiro juiz!
By director
o carrinho do comerciante
Ele deve oferecer ao ator uma sensação de peso ou seja quando ele estiver carregado percebe-se a mudança do peso, no corpo do ator.
Ele deve ser fechado de maneira que caiba todas as coisas acima relacionadas no post anterior.
O encaixe das rodas, enfim, todo o mecanismo deve ser desmontável.
by director
cenário
- fardos de coca zero, red bull, pacote de cigarros.
- uma metralhadora de uso do exército cenografada.
- um dvd portátil de 17 polegadas
- uma pistola automática cenografada
- quatro assentos na platéia 9 ( ver desing)
- duas rodas para o carrinho do comerciante
- uma barraca/tenda - verde
- estacas pra tenda
- um praticável de 2m de altura (p juiz)
- 2 ventiladores industriais
- binóclo de longo alcance
- giz forte
by director
Brevê
Ator da Cia teatro Oficina Uzina Uzona de 1994 a 2007
Dirigiu- Quero de Plínio Marcos –melhor do Fringe de 2004
e O Amante Brasileiro de Beti Milan (ver critica Folha de Sergio Salvia 2005)
Viaja Rússia Alemanha Itália e Portugal com trabalhos.
Esta na Montagem de O Assalto de Jose Vicente em Cartaz no SESC Copacabana / RJ.
Se prepara pra rodar Documentário sobre a vida de Helio Oiticica onde faz o papel de Waly Salomão.
Recentemente se apresenta com seu solo baseado nas poesias do poeta e cantor Jim Morrisom.
Trabalhou com Tatá Amaral e Laura Cardoso atuando no longa – Através da Janela
Atou na serie Amazônia produzida pela TV Futura
Professor de interpretação realista na Cal- Casa de artes das Laranjeiras
By director / fransérgio araújo
projeto de luz
2 varas de contra com 9 refletores cada
4 elipisiodais
ribalta de 12 refletores (set light)
4 pin bins (foco móvel)
2 focos centrais
A luz deste espetáculo se propõe a causar no expectador o efeito de:"quebras de luz".
Criando assim o chamado efeito do distanciamento na luz brechtiana!
Ou seja, a luz hora aparece recortada, hora aparece a força total!
by director
sábado, 7 de fevereiro de 2009
anota essa

Motivo é as adaptações que fizeram apartir das obras do Brecht,
mais o que a família dispensa é o fato de que o próprio Brecht
nunca escreveu nada original, pois suas obras sempre partiram de outras obras
como vcs podem comprovar em suas adaptações! Quer dizer se nosso camarada estivesse vivo gritaria por isso, mudança!!!!!!!!!
E mais a família exige que as canções sejam cantadas tal qual foram compostas por Kurt W.
Vejam vcs estamos na polêmica Brechtiana!!!!
Salve atores de si!!!!!!!!
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
de si pra si
Isso inclue visualizarmos a obra como mecanismo pra tocar uma sociedade particular na nossa existência cotidiana.Criar a vertigem do pensamento brechtiano no corpo do ator, além da racionalidade tão discutida em Brecht, digo o próprio autor se estivessse vivo já teria adotado outros mecanismos de distanciamento que indica a técnica criada por ele mesmo. A inteligência libertária se lança contra o paradgma. Avança distrinchando as hierarquias, e a chamada máquina administrativa que se criou dentro do quadro hierárquico que leva toda uma civilização . Não há tranquilidade nisso, digo, a tomada desta consciência provoca no ator uma imcompatibilidade com as crenças ambientadas no capitalismo.O de si pra si se proprõe a tocar na individualidade do ator e da multidão, do público, e deve ser por isso que Brecht não dispensa nunca o teatro do coração. Então recriemos um Brecht provocando o atual mais com emoção, e politizando os corpos ! by director
links de trilha e etc
Em 1962, a pedido do diretor teatral Álvaro Guimarães, Caetano Veloso começou a compor trilhas sonoras para peças do nível de Boca de ouro, de Nelson Rodrigues (na qual também trabalhou como ator) e A exceção e a regra, de Bertolt Brecht - tudo assim meio que por acaso, pois a música não era então uma meta de vida.http://www.topbooks.com.br/Christine/Caetano4.htm
TEATRO COLETIVO. Trilha Sonora: Sergio Audi. São Paulo - SP.http://www.fabricasaopaulo.com.br/articles.php?id=188
Oficina Goethe Brasília Zentrum. Brasília - DF.DIREÇÃO: PLÍNIO MÓSCAhttp://www.colatina.es.gov.br/culturaesportelazer/?pagina=entepola2006
Cantil surgiu de uma vontade antiga de trabalhar com A Exceção e a Regra, peça escrita por Bertolt Brecht em 1938.http://www.rede-brasil.org/modulos/noticias/descricao.php?cod=1406
Existe um CD de: Isaiah Sheffercom as faixas:1. Prologue / One: The Race through the Desert / Two: The End of a Much-Travelled Road 2. Three: The Dismissal of the Guide at Station Han 3. Four: A Conversation in Dangerous Territory 4. Five: At the Rushing River 5. Six: The Bivouac 6. Seven: A) The End of All Roads / B) The Shared Water / C) The Exception and the Rule 7. The Song of the Tribunals 8. The Tribunal / Epiloguehttp://www.rhapsody.com/isaiah-sheffer/bertolt-brechts-the-exception-and-the-rule Isaiah Sheffer is co-founder and artistic director of Symphony Space and director and host of Selected Shorts live and on radio. His radio, television, theatre, and film credits are extensive and include work as a commentator on the arts for WNYC's weekly radio column Around New York; producer/writer for The Road to the White House, a 20-minute public affairs series for NBC-TV (Emmy Nomination); and writer/director, The Last Chapter, award-winning historical documentary film on 1,000 years of Polish-Jewish history. Mr. Sheffer wrote the book and lyrics for the musicals Yiddle with a Fiddle and The Rise of David Levinsky. His latest play is Dreamers and Demons: The Three Worlds of Isaac Bashevis Singer. He is currently creating the libretto for a modern-baroque opera-ballet about the making of the American Constitution, A More Perfect Union. http://www.wnyc.org/shows/shorts/bios.html
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
http://www.denisestoklos.com.br/home.htm
Filme
filmes de Hans Jürgen Syberberg
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Quanto ao Espectador
detse homem comove-me, pois é irremediável. É uma coisa natural. - Será sempre assim.- Isso que é arte!
Tudo ali é evidente. - Choro com os que choram e rio com os que riem.
O espectador do teatro épico diz: - Isso é que eu nunca pensaria. - Não é assim que se deve fazer.
- Que coisa extraordinária, quase inacreditável. - Isso tem que acabar. - O sofrimento deste homem
comove-me porque seria remediável. - Isso é que é arte! Nada ali é evidente. - Rio de quem chora
e choro com os que riem.
DG
sábado, 31 de janeiro de 2009
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
A LUZ de Brecht
Brecht
DG
TEATRO um GUIA para INTELIGÊNCIA LIBERTÁRIA
pré digitação da direção
Ênfase da palavra
(anotações das falas)
Uma pequena expedição cruza apressadamente o deserto .
Direção: tenista- saque, nadador-largada, futebol-falta
Comerciante: (a seus dois acompanhantes, o Guia e o Cule que vai levando as bagagens)- (vc já está no deserto, já estão atrás de vc, pressa, urgência, impaciência) Anda logo, seus preguiçosos! (não morre intenção, continua projetando nele). Precisamos chegar ao posto de Han (pensar como é o posto, visualizar, concatenação do personagem está aqui, a questão, obsessão, fala pra público, abre círculo de interlocução.) dentro de dois dias (superobjetivo), pois temos de levar um dia de vantagem, custe o que custar (RISCO, subir 5 degraus até aqui). (Ao público) Eu sou (propriedade, o que eu represento na sociedade, o meu papel) o comerciante Karl Langmann (encontrar aspecto esquizoide, traço neurastêmico do personagem), e vou de viagem para a cidade de Urga (Brecht), (falar claramente para a platéia) onde espero fechar o negócio de uma concessão. Meus concorrentes vêm aí atrás de mim (se me pegarem vai atrapalhar meu negócio, relação física com os concorrentes). O negócio é de quem chegar primeiro (certeza, vc nunca está em dúvida. Se tem dúvida, o personagem fala). Graças à minha esperteza, e a minha disposição para vencer quaisquer dificuldades , e à dureza com que sempre tratei todo o meu pessoal(comerciante considera estas grandes qualidades), até aqui a viagem foi feita quase que na metade do tempo que costuma levar. Por azar, meus concorrentes parecem ter alcançado também uma rapidez igual (Olha pra trás com o binóculo) . Toda uma fala para mostrar sua classe e justificar sua pressa. Fala e age (1ro distanciamento).
Lá vem eles de novo , vejam só (ele não fala nada gratuito, se for pra ver é pra ver): sempre nos meus calcanhares !(Ao Guia) Por que não dá uma porrada nesse cule? (sobe)Foi para isso que contratei você ! (sobe) Mas, pelo visto, o que querem fazer é turismo às minhas custas (puta querendo segurar a “putidão”. Condição limite. Pretensioso na sua escolha, no seu ofício. Atacar o coração dos outros). Vocês nem podem fazer uma idéia do quanto custa uma viagem (coloca um conhecimento, uma teoria nessa viagem, que eles não conhecem) destas: porque o dinheiro não é de vocês ! (Aparece o conflito, o risco da morte) Se vai continuar me sabotando , eu faço queixa de você na Agência, assim que chegarmos em Urga !
Guia (passagem entre os mundos) (ao Cule) – Vê se anda mais rápido! (assimila bronca e leva na fala, vem do fígado, pega por baixo)
Comerciante – Sua garganta não dá o tom certo: nunca há de ser um guia de verdade. (ação) (querendo tirar o guia daquele lugar) Eu devia ter chamado um mais caro. (outra ação) Os outros estão cada vez mais perto. Bata nesse rapaz, para ele andar! (naquele lugar específico, onde dói. Ir em coisas concretas para a fala ganhar força) Vamos, (aqui, agora, neste tempo, cobra mais) o que está esperando? Eu não sou favorável a porrada (entendeu? É isto que eu estou falando, afirmação), mas tem hora que só batendo! (fazer levantamento da violência). Se eu não chego primeiro, estou falido (frase de peso, trágica, o personagem chegou nele, contei a história da minha vida, ele é humano) ! Para o transporte da minha bagagem, você foi chamar logo o seu irmão. (acusação na pessoa, destrincha) Foi ou não foi? Confesse!(descobre) Não bate nele, porque é seu parente. (Agora entendeu, pode subir nas tamancas) Eu sei muito bem como vocês são: é mentira que não saibam bater. (pausa de autoridade) Ou você bate nele ou está despedido! (adocicar) Depois pode ir queixar – se com a justiça (lembrar da papelada, burocracia), por causa do salário (relação mais valia). (trilha concorrentes chegando) Meu Deus do céu, eles estão nos alcançando.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Histórico-social
Precisamos nos ligar, fazer um levantamento das questões histórico-sociais pra saber se a condicao que se sustenta nao é apenas relativo ao imutável social. Sair um pouco do nível especulativo (que é ótimo para a criacao) e nos apegar a algo mais concreto, que é a intencao de Brecht, pois brecht escreve observando as classes, a pirâmide, a organizacao, é a partir desse ponto que ele propõe a análise, a crítica...entao NAO podemos ignorar isso.
DG
Objeto de desejo
O sadomasoquismo nas relações humanas
Cor das falas
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
levantamento apropriado de conceitos brechtianos na cena do deserto cena mãe da peça
Douglas Sugere descobrir o Cule apartir das falas do Comerciante
Palavras : urgência imediatismo negócio dinheiro vencedor ganha que chega primeiro
Estado limite
O comerciante no limite explosivo
Uma condição prescisa ser mantida como forma de defesa
Comerciante alvo e de um complô
Demissão prevista
Acuado ataca!
Decisão imediata reflexão depois!
Atitude tomada nescessita ser comprida.
O risco de arriscar a vida pelo negócio
Decadência do Comerciante....
Sindicalizado/ trabalho
Ele têm consciência dos limites ultrapassados!
Desesperado atos arrependidos !!!
Aguarda vingança!
Imediatismo
Quem é o Cule?
O Comerciante é a exceçÃo e a Regra!
Conceito de exceção e a regra....
O ator questiona Cule sua não revolta
Regra do conformismo
A violência é comun ou estranhável
O que é estranhável o que é comum ?
O Comerciante espera uma vingança?
Não o aceito o digerido..diretor.
Alternativas pro estranho pro comum
Paula Rafael : Pressa pro destino
Competição (capitalismo)
Objetivo da viajem dinheiro *
Esperto intelingente ele se auto denomina
Domina pela violência
Aceita a submissão aceita violência , o Cule? As falas da peça não geram violência?
! ignorância gera violência!
O Cule quer que bata nele?
Violência surte efeito....
Insultos e promessas dominador e dominado
Nós conformamos com migalhas diante da rotina de violência.....
Como se propaga pela peça a violência
Violência surge do medo
Que retrato da realidade
Existe ordem já das coisas no sentido vc espera a violência
Imutabilidade relações difícil desprender (condicionamento)
Autonomia
Isabel : sintaxe das palavras no texto
Mapa as falas pela sintaxe
Explorador e explorado inspiração e expiração principio de atuação
Diferente os ritmos proporcionam um tezão neles?(rs rs)
Apartir do momento que ele respira...
Fala com público de si pra si e fala se referindo aos personagens
Visão do todo que reagir a cada tempo de reflexão que considera os envolvidos e fala com todos - rapidez de pensamento numa situação tempo de reflexão em segundos
A cor da fala define pelos momentos do de si pra si e de expansão
Descobrimento da sintaxe
Deixa claro a que veio e o que ocorreu
Ele se mostra como paranóico e carente (comerciante)
Cule não tem questão existencial exemplo da massa
Relação de prazer sórdido
Compete na humanidade qdo não se resolve vc elimina o objeto de prazer
O que foi feito com eles ao longo da vida
O petróleo tira das entranhas qual o vazio
Uma explicação de quem e quem apartir do outro
Jogo dramartúrgico
Paula Loffer - apartir de uma citação do teatro épico
Vê o conteúdo de uma cena e o que ela pode dar pra vc apartir desta cena primeira
Estado limítrofe
Impaciência constante do Cule e do Comerciante
O Comerciante critica o Cule através do Guia e critica a atitude do Guia em relação ou Cule
Tempo dinheiro corrida
Clima da cena stão encurralados oprimidos
Tem fatores externos que pressionam a cena*
Evidência do dinheiro
O Comerciante é falido ou esta apostando tudo nesta viajem
Prática normais de violência...
Guia mediador da pressão entre os dois papéis
Comerciante inseguro( sem coragem) por não sabe fazer a violência ele exige do Guia
Medo do Guia de perder o emprego
O Cule sabe que o ofício é violento
Ele se submete pelo dinheiro?
O comerciante tem consciência da violência gerada.
Bater faz evoluir? Bate pra adiantar o tempo?
escalar conceitos
já inicia pegando as fontes lúcidas do teatro brechtiano
irrompemos nossa intelectualidade já em bases íntimas de nossa compreensão
sabemos das causas consequênciais do distanciamento
vimos pelo retrovisor o pensamento aristotélico
já pensamos brehctianamente, sim isso é possivel
nosso primeiro distanciamento da idéia brechtiana
Brecht nào é um mestre e sim um indicador um guia revolucionário
vimos abrir portas
Filme
No ccbb esta rolando uma mostra de filmes do Helmut Käutner um alemao...olhem se tem alguma relacao com brecht para podermos ir.
http://www.goethe.de/ins/ar/pro/filmseminar/pdf/hans.pdf
DG
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Brecht marxista
Paula Loffler
Socialmente social
"Um paradigma social é uma constelação de conceitos, valores, percepções e práticas compartilhados por uma comunidade, formando uma visão particular da realidade, que constitui a base da maneira segundo a qual a comunidade organiza a si mesma. Uma pessoa isolada pode ter uma visão de mundo, mas um paradigma é sempre compartilhado por uma comunidade."
Esse é um trecho do texto de Max Weber
Paula Loffler
A Nova técnica da arte de representar - Distanciamento
" É condição necessária para se produzir o efeito de distanciamento que, em tudo que o ator mostre para o público seja nítido o gesto de mostrar. A noção de uma quarta parede que separa ficticiamente o palco do público e da qual provém a ilusão de o palco existir, na realidade sem o público , tem de ser naturalmente rejeitada, o que em princípio, permite aos atores voltarem-se diretamente para o público."
"O efeito de distanciamento, quando descrito, resulta muito menos natural do que quando realizado na prática."
Ou seja relaxem... nada é oq parece ser...
Fora isso tem muitas outras questões interessantíssimas. Todos tem que ler esse texto, o nome do texto é o título da postagem. Além de ser a base do nosso trabalho ele é bem didático como a Exceção e a Regra.
Obs: Por favor assinem seus comentários e postagens.
Paula Loffler
O bio - ritmo do ser humano
A dor e a delícia de ser um explorador
Ambiente Inóspito
Hans Jürgen Syberbergs
DG
O esquema indica as principais modificações que ocorrem ao
Forma dramática de teatro
A cena “personifica” um
acontecimento
Envolve o espectador na ação e
consome-lhe a atividade
proporciona-lhe sentimentos
leva-o a viver uma experiência
o espectador é transferido para
dentro da ação
é trabalhado com sugestões
os sentimentos permanecem os
mesmos
parte-se do princípio que o homem
è conhecido
o homem è imutável
tensão no desenlace da ação
uma cena em função da outra
os acontecimentos decorrem
linearmente
natura non facit saltus
(tudo na natureza è gradativo)
o mundo como è
o homem è obrigado
suas inclinações
o pensamento determina o ser
Forma épica de teatro
narra-o
faz dele tetemunha, mas
desperta-lhe a atividade
força-o a tomar decisões
proporciona-lhe visão do mundo
è colocado diante da ação
è trabalhado com argumentos
são impelidos para uma
conscientização
o homem è objeto de análise
o homem è suscetível de ser
modificado e de modificar
tensão no decurso da ação
cada cena em função de si mesma
decorrem em curva
facit saltus
(nem tudo è gradativo)
o mundo como será
o homem deve
seus motivos
o ser social determina o pensamento
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Uma primeira impressão espontânea (para começar)
domingo, 25 de janeiro de 2009
dicas rápidas brechtinianas

Desse modo, as coisas são bastante parecidas em Marx e em Brecht. É nesse sentido que é preciso compreender o que Brecht chama de o Verfremdunseffekt, que foi traduzido muito bem para o francês como efeito de distanciamento, que eu traduziria de preferência como efeito de deslocamento ou efeito de decalagem.
Esse efeito não deve ser entendido apenas como efeito de técnicas teatrais, mas como um efeito geral da revolução da prática teatral. Não se trata de mudar de lugar, de deslocar alguns pequenos elementos no jogo dos atores, trata-se de um deslocamento que afeta o conjunto das condições do teatro. A mesma regra é válida para a filosofia. Trata-se, portanto, de um conjunto de deslocamentos, que constituem essa nova prática.
Entre todos esses deslocamentos, há um deslocamento fundamental que é a causa de todos os outros e que resume ao mesmo tempo todos os outros: o deslocamento do ponto de vista. A grande lição de Marx e de Brecht é a de que é preciso deslocar o ponto de vista geral a partir do qual todas as questões da filosofia e do teatro são consideradas. É preciso abandonar o ponto de vista da interpretação especulativa do mundo (filosofia) ou do gozo estético culinário (teatro), e se deslocar, para ocupar um outro lugar, que é, grosso modo, aquele da política. Eu já disse que na filosofia e no teatro, é a política que fala, mas que sua voz é em geral encoberta. É preciso voltar a dar a palavra à política, é preciso então deslocar a voz da política e a voz do teatro, para que a voz que se compreende seja a voz que fala do lugar da política. É o que Lênin refere-se à posição de partido em filosofia. Há em Brecht toda uma série de expressões que voltam a dizer: é preciso ocupar uma posição de partido no teatro. Por posição de partido, não é preciso se compreender algo que seja idêntico à posição de partido na política, pois a filosofia e o teatro (ou a arte) não são a política. A filosofia é diferente da ciência, e diferente da política. O teatro é diferente da ciência e da política. Não se trata, portanto, de identificar filosofia e ciência, filosofia e política, teatro e ciência, teatro e política. Mas é preciso ocupar na filosofia como no teatro o lugar que representa a política. E para ocupá-lo, naturalmente, é preciso encontrá-lo. Isso não é fácil, porque para saber onde está o lugar da política na filosofia e no teatro, é preciso saber como funcionam a filosofia e o teatro, e como a política (e a ciência) são representadas. Não se vê a olho nu o lugar da política no teatro. (Esse lugar é similar ao que ela se desloca na história, ou, para falar com mais precisão, é similar ao que a política muda de representantes na história da filosofia e do teatro).
Distanciamento

Bertold Brecht (1898-1956) foi um dos principais dramaturgos da República de Weimer – termo que designa os 20 anos de instabilidade política que reinaram na Alemanha entre as duas grandes guerras. Comunista, viajou à União Soviética, onde conheceu o dramaturgo Constantin Stanislavsky. É provável que tenha conhecido a obra de Schklovsky.
Para Brecht, o teatro jamais deve oferecer prazer fácil e visual ao espectador. Descreve este tipo de arte como “culinária” – dá um gosto sensorial bom, mas que não muda o público. Muito pelo contrario: anestesia-o.
Daí sua ênfase do teatro épico. O que seria isto? Seria um teatro que desvenda as relações sociais imperceptíveis que sustentam as estruturas de dominação. Seria um teatro didático, que transformaria o palco em um experimento onde as relações de poder, valores e dominação são evidenciados de forma a desmistificar a estrutura social e instar o público à transformação.
Mas, se o problema das relações de dominação é precisamente que elas estão tão entranhadas no cotidiano a ponto de parecerem naturais, como criar uma arte capaz de ameaçá-la? Para Brecht, a resposta é simples: estimular a descrença do espectador, ao invés de suspendê-la. Busca por isso uma arte que – para roubar a expressão de Foucault – represente a si mesma representando e demonstre assim não ser a realidade em si, mas apenas um retrato dela.
O instrumento desta descrença seria o Verfremdungseffekt – também conhecido como efeito de distanciamento, alienação ou estranhamento. E prevê diversas técnicas capazes de gerar tal efeito, entre elas as interpelações ao público, as mudanças nos tempos verbais, o uso da terceira pessoa do singular pelos personagens e a apresentação de comentários sobre a ação.
Tais instrumentos impediriam que o público confundisse o teatro com a vida real. Mas fariam algo a mais: denunciariam, na mesma artificialidade do palco, a artificialidade da vida. Brecht parece, portanto, presumir uma estranha analogia entre palco e vida real. A realidade “resistida” no teatro seria também resistida fora dele.
O teatro épico de Brecht deve ser lido como um instrumento para tentar superar as formas teatrais existentes na época, em uma busca de evolução a uma nova forma de teatro, este com uma nova ligação com a sociedade. No intuito de construir uma nova sociedade!